Nos adultos, em torno de 90% do aparecimento do câncer está relacionado a fatores esporádicos e ambientais, sendo apenas 10% hereditários. Diferente dos adultos, em que a exposição é maior aos estímulos nocivos ambientais, hábitos de vida não apropriados, uso de medicamentos e alimentação inadequada por longo período, nas crianças isso não acontece, primeiro devido ao tempo muito curto de vida não possibilitar a exposição a fatores ambientais prejudiciais ou mesmo a fatores endógenos – substâncias produzidas em nosso organismo, como Hormônios – e, segundo, porque não há grande facilidade de acesso voluntário à maior parte dessas substâncias.
A grande maioria dos cânceres infanto-juvenís se originam de mutações genéticas ocorridas em algum momento do desenvolvimento infantil, mas verificou-se que tais mutações não são aleatórias, ao contrário, seguem um certo padrão de comportamento. Tais mutações podem ter sua origem em uma infecção viral específica ou em uma exposição à irradiação ondulatória inadvertida ou mesmo no caso de ter havido alguma falha na transcrição genética no momento de construir uma proteína ou enzima.
Este padrão genético, se identificado através de exames específicos, é muito útil tanto para o diagnóstico do câncer e, permitindo imaginar qual o tipo de evolução deste câncer, determinam qual o melhor tipo de tratamento para o controle daquela doença, especificamente.
Dizem alguns estudiosos que, normalmente, produzimos até cinco células cancerosas por dia, mas que o nosso sistema imunológico é plenamente capacitado para reconhecer e destruir tais células.
Se tal mutação ocorrer em um momento vulnerável de nosso sistema de defesa, ela pode impedir que nossos sistemas de defesa reconheçam ou destruam tais aberrações genéticas e, deste momento em diante, a criança passa a desenvolver o câncer, de modo progressivo.